terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Multidão faz caminhada em lembrança às vítimas de incêndio



Durante o trajeto, grupo cantou hino nacional e pediu por justiça.
Incêndio em boate deixou 231 mortos em Santa Maria.


Com um cartaz mostrando fotos de vítimas do incêndio, menina chora sobre os ombros do pai em Santa Maria (RS).  Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas voltaram a se reunir na Praça Saldanha Marinho, na noite de segunda-feira (28). (Foto: Felipe Dana/AP)
Com um cartaz mostrando fotos de vítimas do incêndio, menina chora sobre os ombros do pai em Santa Maria (RS) (Foto: Felipe Dana/AP)
Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas voltaram a se reunir na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS), na noite desta segunda-feira (28), para fazer uma caminhada em homenagem às vítimas de um incêndio na boate Kiss. O incêndio atingiu o local durante uma festa universitária, deixando 231 mortos na madrugada de domingo (27).
Por volta de 22h, o grupo partiu em silêncio da Praça Saldanha Marinho e, durante a marcha, cantaram o hino nacional e do Rio Grande do Sul. Pouco mais de uma quadra e meia depois, parte do grupo se deslocou até as proximidades da boate Kiss, ainda isolada pela Brigada Militar. Ali, se sentaram e fizeram um minuto de silêncio. Muitos choraram. Balões brancos foram jogados pelo ar e veio o clamor: “justiça, justiça, justiça”.
Segurando cartazes, lanternas e celulares ligados, o grupo seguiu caminho até o Centro Desportivo Municipal (CDM). A grande maioria vestia roupas brancas, alguns com adesivos colados com a palavra “luto” ou com fitas negras amarradas. De tempos e tempos, após alguns metros percorridos, um salva de palmas interrompia o silêncio. Orações, cantos, e muitas lágrimas eram as outras manifestações mais frequentes.
Caminhada em homenagem a vítimas de incêndio em Santa Maria (Foto: Márcio Luiz/G1)Milhares de pessoas tomaram ruas de Santa Maria (Foto: Márcio Luiz/G1)
Pouco depois das 23h, os primeiros manifestantes começaram a chegar ao ginásio que serviu de base de operações das autoridades e das forças de segurança desde as primeiras horas após o incêndio e onde muitos corpos foram veladas. No local, mais lágrimas foram derramadas e se repetiram os gritos de “justiça”.
“Desde o domingo estamos envolvidos com essa caminhada em memória das pessoas que morreram. É um ato simbólico para demonstrar nosso luto e pedir paz”, explicou Cássio Aguiar, um dos organizadores.
Incêndio e prisões
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico.
Caminhada em homenagem a vítimas de incêndio em Santa Maria (Foto: Márcio Luiz/G1)Multidão vestiu camisa branca para homenagear as vítimas (Foto: Márcio Luiz/G1)
Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
Jovens se emocionam durante caminhada em memória às vítimas (Foto: Jefferson Bernardes/AFP)Jovens se emocionam durante caminhada em
memória às vítimas (Foto: Jefferson Bernardes/AFP)
Quatro foram presos nesta segunda após a tragédia: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr, o sócio, Mauro Hofffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show pirotécnico que teria dado início ao incêndio, segundo informações do delegado Sandro Meinerz, responsável pelo caso.
Em depoimento, Spohr afirmou à Polícia Civil que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação.
O advogado Mario Cipriani, que representa Mauro Hoffmann, afirmou que o cliente "não participava da administração da Kiss".
região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
 Fonte: G1

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