sexta-feira, 29 de junho de 2012

Católicos permanecem sendo maioria, apontam dados do IBGE

Da Redação, com Arquidiocese do Rio de Janeiro

De acordo com o Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira, 29, os católicos permanecem sendo maioria, embora o número de fiéis tenha sofrido uma redução na última década (passou de 73,6%, em 2000, para 64,6%, em 2010) e haja uma maior diversidade religiosa da população brasileira.

Dos 64,6% da população que professam a fé católica, 72,2% estão no Nordeste, 70,1% no Sul e 60,6% no Norte do país. A proporção de católicos foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais.

A análise mostra que outros 22,2% da população são compostos por evangélicos, 8% por pessoas que se declaram sem religião, 3% por outros credos e 2% por espíritas.

CERIS mostra "Igreja Viva"

O Censo Anual de 2010 realizado pelo Centro de Estatística e Investigações Sociais (CERIS) — entidade brasileira de pesquisa religiosa fundada pela CNBB — revelou uma “Igreja Viva”. É o que afirma a análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no Brasil, feita pelo sociólogo Padre José Carlos Pereira, que também é colaborador do CERIS.

De acordo com o sociólogo, os dados apontam para o aumento do número de paróquias e para a criação de novas dioceses, mostrando uma Igreja em constante crescimento:

“Os teóricos da secularização dizem que a religião está fadada ao fracasso, mas o que vemos é o contrário, pois à medida que surge a necessidade da criação de mais paróquias e estas de serem setorizadas, ampliando, assim, o seu alcance, supõe-se que os resultados são de uma maior adesão religiosa, inclusive de pessoas afastadas”, especifica o texto.

O centro de estatísticas também apontou um crescimento considerável em relação às vocações sacerdotais e religiosas, confirmando no Brasil a tendência do aumento do número de sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo — conforme divulgou o Setor Estatístico do Vaticano, na semana passada, ao afirmar que o número passou de 405 mil para 413 mil.

“O quadro geral mostra uma vitalidade da religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica, por meio das novas comunidades, novos movimentos eclesiais e da volta às origens dos ideais das primeiras comunidades cristãs, que tem refletido outro quadro estatístico, que é da evolução do número de presbíteros entre os anos de 1970 e 2010, conforme vemos na atual planilha do CERIS. Isso indica um retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica. Sendo assim, por mais que se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou que cresceu o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas igrejas, a Igreja Católica se revela ainda mais estruturada e em franca expansão, com seus empreendimentos missionários como, por exemplo, os que foram propostos pela Missão Continental”, destaca a redação da análise.

Alguns números da pesquisa

Paróquias

Os dados revelam um crescimento vertiginoso no número de paróquias entre os anos de 1994 a 2010, em diversos Regionais da CNBB, com destaque para os regionais Leste 2 (de 1.263 para 1.722) e Sul 1 (de 1.651 para 2.431) , que correspondem ao Estado de Minas Gerais e Espírito Santo (Regional Leste 2) e ao Estado de São Paulo (Regional Sul 1), que são os dois maiores Regionais em número de paróquias e de contingente populacional.

Padres

Em 2000 eram 16.772 padres. Em 2010 chegou a 22.119 padres. A distribuição de padres por habitantes é outro fator levantado pela pesquisa. Em 2000 havia pouco mais de 169 milhões de habitantes e para cada sacerdote eram 10.123,97 habitantes. Dez anos depois havia aproximadamente 190 milhões de habitantes e cada padre teria o número de 8.624,97 habitantes.

A concentração do clero por regiões brasileiras, segundo a pesquisa do CERIS, mostrou que havia uma concentração maior na região sudeste em detrimento das outras regiões. Do total de padres no país a região sudeste concentrava quase metade dos sacerdotes, com 45%. O sul ficava com um quarto da população de padres, 25%, o nordeste 16%, o centro-oeste apenas 9%. Já o norte seria a região com menos padres, apenas 3%.
Papa reconhece milagre de Nhá Chica e
abre caminho para a beatificação

A cidade de Baependi (MG) acordou com um telefonema muito especial na manhã desta quinta-feira: era o postulador da causa de beatificação da Venerável Nhá Chica, Paolo Villotta. Da Itália, ele avisava que o Papa havia autorizado a promulgação do decreto que reconhece o milagre recebido por Ana Lúcia Meirelles por intercessão de Nhá Chica e a certeza de que a mineira de São João del Rei em breve será proclamada Beata.

Em entrevista à Rádio Vaticano, irmã Gertudres das Candeias, vice-diretora da Associação Beneficente Nhá Chica, descreveu o momento logo após receber a notícia:

“Eu estava fora de casa, hoje pela manhã, e as pessoas na rua começaram a me abraçar. Eu escutava foguetes, sinos. Quando eu cheguei em casa me disseram que foi um telefonema do postulador e a Igreja já estava cheia de gente. Então, nós começamos a agradecer, a rezar, a chorar, todos juntos na mesma alegria e emoção”.

Ana Lúcia Meirelles estava duplamente feliz já que a notícia do reconhecimento do seu milagre aconteceu justamente no dia de seu aniversário, comemorado dia 28 de junho.

“É uma emoção muito grande já que tudo isso acontece no dia do meu aniversário, mas principalmente pela nossa santa. Para mim, no meu coração, ela sempre foi santa”.

O Milagre

“Eu estava péssima, com hipertensão pulmonar. Tive uma isquemia na vista que me impossibilitou enxergar por alguns momentos. Uma isquemia transitória. Era um defeito congênito no coração que eu teria que operar por causa da hipertensão pulmonar e por causa do sangue que passava errado pelo coração. Então, a cirurgia foi marcada mas três dias antes eu tive febre e acabei não fazendo. Isso tudo, sob a proteção de Nhá Chica. Passados sete dias eu notei que eu só melhorava. Seis meses depois, por pressão dos médicos, eu voltei a fazer os exames pré-operatórios. E qual não foi minha alegria ao constatarem por um exame transesofágico que eu estava curada, sem hipertensão pulmonar e que já não havia mais aquela passagem de sangue que causava a hipertensão. Estou aqui há 17 anos, completamente curada, sem problema nenhum. Tudo isso sob a bênção da minha santa Nhá Chica”.

Bento XVI autoriza publicação de novos decretos da Congregação das Causas dos Santos

O papa recebeu em audiência privada, nesta quinta-feira, o prefeito da Congregação das Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato. Durante o encontro, Bento XVI autorizou a Congregação a promulgar 18 decretos.

Além do reconhecimento do milagre de Nhá Chica, também foi reconhecido o milagre do venerável Luca Passi, fundador da Congregação das Irmãs Mestres de Santa Doroteia. Em breve, as datas das beatificações de ambos devem ser divulgadas.

Martírios

O papa reconheceu os seguintes martírios:

- Dos servos de Deus Emanuele Borras Ferre, bispo auxiliar de Tarragona e Agapito Modesto, do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs e 145 companheiros mortos por motivo de ódio à Fé, na Espanha, entre 1936 e 1939.

- Do servo de Deus Giuseppe Puglisi, sacerdote diocesano, nascido em Palermo (Itália) e morto, por motivo de ódio à Fé, em 1993.

- Do servo de Deus Ermenegildo da Assunção e cinco companheiros da Ordem da Santíssima Trindade mortos por motivo de ódio à Fé, em 1936 na Espanha.

- Da serva de Deus Vitória de Jesus, religiosa do Instituto Pio Calasanziano da Divina Pastora, morta em 1937, na Espanha, por motivo de ódio à Fé.

- Do servo de Deus Devasahayam Pillai, leigo indiano morto por motivo de ódio à Fé em 1752. Virtudes Heróicas O papa reconheceu ainda as seguintes

Virtudes heróicas:

- Do servo de Deus Sisto Riario Sforza, arcebispo de Nápoles, cardeal da Santa Romana Igreja, morto em 29 de setembro de 1877. - Do servo de Deus Fulton Sheen, arcebispo de Newport (EUA) morto em Nova Iorque em 1979.

- Do servo de Deus Álvaro del Portillo y Diez de Sollano, bispo de Vita e Prelado da Prelatura Pessoal da Santa Cruz e da Opus Dei, nascido em Madri e morto em Roma em 1994.

- Do servo de Deus Ludovico Tijssen, sacerdote diocesano, holândes, morto em Sittard (Holanda) em 1929. - Do venerável servo de Deus Cristóvão de Santa Catarina, sacerdote, fundados da Congregação e o Hospital Jesus de Nazaré de Córdoba, morto na mesma cidade em 1690.

- Da serva de Deus Maria do Sagrado Coração (Maria Giuseppa Fitzbach), viúva, fundadora das Servas do Coração Imaculado de Maria, chamadas Irmãs do Bom Pastor de Québec, morta no Canadá em 1885.

- Da serva de Deus Maria Agelina Teresa, fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitanas para os idosos e enfermos, nascida na Irlanda do Norte e morta nos EUA em 1984.

- Da serva de Deus Maria Margherita (Adelaide Bogner). Monja professa da Ordem das Visitações, nascida e morta na Hungria em 1933.

- Da serva de Deus Ferdinanda Riva, irmã professa do Instituto das Filhas da Caridade, nascida na Itália e morta na Índia em 1956.

Em 10 de maio, Bento XVI havia autorizado a Congregação das Causas dos Santos a promulgar o Decreto sobre o martírio do Servo de Deus Giovanni Huguet y Cardona, Sacerdote Diocesano, nascido na Espanha e morto, por motivo de ódio à Fé, na Espanha em 1936.

por CNBB

terça-feira, 26 de junho de 2012

Movimento pró-vida convoca para a 5ª Marcha Nacional contra aborto


O Movimento Brasil Sem Aborto conclama a população a unir-se à quinta edição da Marcha Nacional da Cidadania pela Vida pedindo pela defesa da vida humana no Brasil desde sua concepção. De maneira especial a marcha pedirá pela aprovação do estatuto do nascituro, um projeto de lei que tramita em Brasilia e visa defender a vida no ventre materno contra o aborto.

Segundo informa o Movimento Brasil Sem Aborto, é preciso intensificar os esforços pela aprovação do mencionado estatuto, que tramita em Brasilia como PL 478/2007, pois que tem por objetivo defender os direitos da criança por nascer à semelhança do estatuto da criança e do adolescente e o estatuto do idoso.

“Precisamos nos mobilizar exigindo dos representantes do povo que aprovem esta Lei tão importante para garantir os direitos do bebê em gestação, desde o primeiro instante de vida, ou seja, desde a concepção”.

A Marcha terá lugar na Esplanada dos Ministérios em Brasilia amanhã, 26 de junho, com concentração a partir das 15h30.


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 por ACI Digital
 Papa leva mensagem de esperança às regiões atingidas por terremoto




Nesta terça-feira, 26, o Papa Bento XVI visita a cidade de San Marino di Carpi, na província italiana de Modena, uma das mais atingidas pelos terremotos que, em maio, matou 26 pessoas e deixou 350 feridas.

O Pontífice partiu às 9h do Vaticano e viajou de helicóptero até San Marino. No complexo esportivo da cidade, ele foi recebido pelo chefe regional da Defesa Civil, Franco Gabrielli, e pelo Bispo de Carpi, Dom Francesco Cavina.

De lá, Bento XVI foi, com o ônibus da Defesa Civil, até Rovereto di Novi, uma das localidades mais danificadas pelos sismos, onde morreu o pároco Ivan Martini, de 65 anos.

O Santo Padre passou pela chamada "zona vermelha" de Rovereto di Novi, onde se encontra a Igreja de Santa Catarina de Alexandria, gravemente danificada pelos tremores.

No centro esportivo de Rovereto di Novi, Bento XVI foi recebido pelo presidente da região de Emilia Romagna, Basco Errani, por autoridades locais, provinciais e moradores do local.

Em seu discurso, o Papa salientou que desde os primeiros dias, depois terremoto, rezou pela situação e desejou logo visitar tais locais.

“Gostaria de visitar todas as comunidades para fazer-me presente de modo pessoal e concreto, mas vós sabeis bem o quanto seria difícil. Neste momento, porém, gostaria que todos, em cada região, sentissem como o coração do Papa está próximo ao vosso coração para consolar-vos, mas, sobretudo, para encorajar-vos e apoiar-vos”, disse.

O Papa ressaltou que recentemente, rezando o Salmo 46, se deteve nesta passagem: “Deus é nosso refugio e nossa força; mostrou-se nosso amparo nas tribulações. Por isso a terra pode tremer, nada tememos: as próprias montanhas podem se afundar nos mares” (Sl 46,2-3).

“Estas palavras do Salmo não só me tocam porque usam a imagem do terremoto, mas, sobretudo, por aquilo que afirmam sobre a nossa atitude interior diante da revolta da natureza: uma atitude de grande segurança, baseada na rocha estável e inflexível que é Deus”, salientou.

Tais palavras parecem estar em contraste com o medo inevitável que se prova depois de uma experiência como aquela vivida pelos moradores das regiões atingidas pelo terremoto e Bento XVI lembra que é natural sentir medo.

“Sim, pode se ter medo, angústia – algo que também Jesus provou – mas existe sobretudo a certeza de que Deus está comigo”, disse o Santo Padre.

Sobre esta rocha segura que é Deus, pode-se construir e pode-se reconstruir, salientou Bento XVI reforçando que eles jamais estão sozinhos.

“Neste dias, em meio a tanta destruição e dor, vós vistes e sentistes como tanta gente se movimentou para expressar a vós proximidade, solidariedade, afeto e isso através de tantos sinais e ajuda concreta. A minha presença em meio a vós quer ser um destes sinais de amor e de esperança”, destacou.

O Papa também lançou um forte apelo às instituições e a cada cidadão para serem, mesmo diante das dificuldades deste momento, como o bom samaritano do Evangelho.

“A Igreja vos é próxima e vos será próxima com sua oração e com sua ajuda concreta a partir de suas organizações, em particular a Caritas”, reforçou Bento XVI.


Fonte: Canção nova
Papa faz nomeações importantes para organismos da Santa Sé


A terça-feira, 26, foi um dia importante para a Cúria Romana que, além do dicastério vaticano para a Família – com novo presidente, teve outras nomeações.

Bento XVI chamou para novo arquivista e bibliotecário de Santa Romana Igreja o Arcebispo Jean-Louis Bruguès (francês), até então secretário da Congregação para a Educação Católica.

Além disso, o Papa nomeou como vice-presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, o Arcebispo Joseph Augustine Di Noia, até então secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Para essa última função, o Santo Padre nomeou Dom Arthur Roche, até então bispo de Leeds, na Inglaterra, elevado à dignidade de arcebispo.

Ademais, Bento XVI aceitou a renúncia – apresentada por limite de idade – do Arcebispo Piergiuseppe Vacchelli ao encargo de secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e de presidente das Pontifícias Obras Missionárias, chamando a sucedê-lo nos mesmos encargos o bispo de Kigoma, na Tanzânia, Dom Protase Rugambwa, elevando-o, ao mesmo tempo, à dignidade de arcebispo.

Por fim, o Santo Padre aceitou a renúncia – apresentada por limite de idade – do Bispo Gianfranco Girotti ao encargo de regente da Penitenciaria Apostólica, e chamou a substituí-lo Dom Krzysztof Józef Nykiel, até então oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.

Dom Augustine Di Noia

Em particular, sobre a nomeação do novo vice-presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, a Congregação para a Doutrina da Fé divulgou uma nota na qual afirma que a escolha de destinar a tal encargo uma personalidade de tão alto perfil constitui "sinal da solicitude pastoral do Santo Padre para com os tradicionalistas em comunhão com a Santa Sé" e, ao mesmo tempo, do "seu forte desejo de reconciliação com as comunidades tradicionalistas não-unidas à Sé de Pedro".

A nota prossegue recordando que a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, conduzida pelo Cardeal William Joseph Levada, foi fundada em 1988 pelo Beato João Paulo II para facilitar a "plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou religiosos – singularmente considerados – até hoje de algum modo ligados à Fraternidade fundada por Dom Marcel Lefebvre", e a fim de promover o cuidado pastoral para com os fiéis ligados à antiga tradição litúrgica latina da Igreja Católica.

Em 2009, a Pontifícia Comissão foi estruturalmente anexada à Congregação para a Doutrina da Fé para enfrentar as questões doutrinais no diálogo em andamento entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

"Como respeitado teólogo dominicano – lê-se ainda na nota da Congregação para a Doutrina da Fé –, o Arcebispo Di Noia dedicou muita atenção a esses temas doutrinais, bem como à prioridade da hermenêutica da continuidade e da reforma na justa interpretação do Concílio Vaticano II, uma área de importância crucial no diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal."

Tal diálogo, se precisa, "prosseguiu nos últimos três anos" sob a condução do Cardeal Levada, com a assistência do secretário da Pontifícia Comissão, Mons. Guido Pozzo.

Além disso, conclui a nota, "o amplo respeito de que goza o Arcebispo Di Noia na comunidade judaica ajudará a resolver alguns problemas surgidos em matéria de relações judaico-católicas, do mesmo modo como progrediu o caminho rumo à reconciliação das comunidades tradicionalistas".


Fonte: Comunidade Canção nova
Papa mantém contínuo contato com a comissão que investiga filtração de documento



O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, assinalou este domingo, 24, que o Papa Bento XVI mantém um contínuo contato com a comissão de cardeais criada para investigar o caso da filtração de documentos reservados da Santa Sé.

"No contexto da situação criada depois da difusão de documentos confidenciais, o Santo Padre aprofunda suas reflexões em contínuo diálogo com as pessoas que compartilham com ele a responsabilidade do governo da Igreja", informou o P. Lombardi à imprensa.

Indicou que "como sabido, no sábado passado, no encontro com a Comissão cardinalícia criada para este fim e encabeçada pelo Cardeal Julián Herranz, (o Papa) pediu que o informassem de forma mais exaustiva sobre o curso das investigações".

"Esta manhã participa da reunião com os Chefes das Congregações dedicada, como de costume, às questões para a boa coordenação do trabalho da Cúria; um tema que hoje assume uma importância urgente e particular para testemunhar eficazmente a união de espírito que anima esse trabalho", acrescentou o porta-voz.

Pe. Lombardi indicou que pela tarde, o Papa "decidiu encontrar a alguns membros do Colégio cardinalício que, graças à sua grande e variada experiência de serviço à Igreja, não só no âmbito romano mas também internacional, podem intercambiar utilmente com ele considerações e sugestões para ajudar a restabelecer o desejado clima de serenidade e confiança no serviço da Cúria romana".

"Naturalmente, o Santo Padre continuará nos próximos dias suas conversações e suas reflexões, aproveitando a chegada a Roma de muitos pastores com ocasião da Festividade dos Santos Pedro e S. Paulo, que é uma oportunidade extraordinária para que a comunidade da Igreja universal se sinta unida a ele na oração, no serviço e no testemunho da fé para a humanidade do nosso tempo", finalizou.


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por ACI Digital

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Igreja não é indiferente à qualidade de vida das pessoas, diz Papa

Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI disse nesta sexta-feira, 22, que a sociedade, a economia e o trabalho não representam somente ambientes seculares, mas são espaços que devem ser fecundados com a mensagem do Evangelho.

“A Igreja, de fato, não é nunca indiferente à qualidade de vida das pessoas, às suas condições de trabalho e adverte a necessidade de tomar cuidado com o homem nos contextos no qual ele vive e produz, a fim de que sejam sempre mais lugares autenticamente humanos e humanizados”, destacou Bento XVI. 

O discurso foi feito a 100 representantes da Confederação Nacional “Coldiretti” recedidos no Vaticano. A “Coldiretti” é uma organização sindical do setor agrícola presente em toda Itália e da qual fazem parte cerca de 600 mil empresas agrícolas.

Bento XVI pediu que cada um deles se empenhe, no papel que desenvolve, para defender os interesses legítimos das categorias que representam, trabalhando sempre com paciência e clarividência, com o objetivo de realçar os aspectos mais nobres e distintos da pessoa humana: o sentido do dever, a capacidade de partilhar e de se sacrificar, a solidariedade, a observação às justas exigências do descanso e regeneração corporal e também espiritual.

O respeito à dignidade da pessoa, a busca do bem comum, a honestidade e a transparência na gestão dos serviços, a segurança alimentar, o cuidado com o meio ambiente e a promoção do espírito de solidariedade também foram destacados pelo Santo Padre.

Crise economica

Para Bento XVI, a contínua crise economica-financeira que afeta, sobretudo, a Europa coloca os empreendedores agrícolas e piscicultores diante de desafios inéditos e certamente difíceis e eles são chamados a afrontá-los como cristãos, cultivando um renovado e profundo senso de responsabilidade, dando prova de solidariedade.

“Da mesma forma, tendo em consideração as dificuldades econômicas há uma crise moral, trabalhem com solicitude a fim de que as exigências éticas mantenham a primazia de qualquer outra exigência”, pediu o Pontífice.

Segundo ele, é preciso levar a solução onde está a raiz da crise, favorecendo a redescoberta daqueles valores espirituais aos quais, depois, assegurarão as ideias, os projetos e os trabalhos.

“Seja vosso anseio trabalhar não só pelos empreendimentos agrícolas e pela defesa dos direitos, mas também para que sejam implementadas políticas sociais válidas em favor da pessoa e de seu profissionalismo, considerando especialmente o papel crucial da família para toda sociedade”, enfatizou.

Vaticano pede maior cuidado com as mães soropositivas


Da Redação, com Vatican Information Service



O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone, esteve na 8ª Conferência Internacional sobre a Aids, em RomaO secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone, discursou nesta sexta-feira, 22, na abertura da 8ª Conferência Internacional sobre a Aids, realizada no Instituto San Gallicano, em Roma .

Em seu discurso, o secretário de Estado afirmou que a mortalidade materna na África está, em grande percentual, ligada à Aids. Para ele, não é possível tolerar a morte de tantas mães e pensar que milhares de crianças formarão uma geração perdida.

“A Igreja, presente nos países onde se manifesta tal pandemia, está muito preocupada com este verdadeiro drama do nosso tempo. É um drama que estraga tantas vidas humanas, debilita toda a sociedade e queima o futuro. É preciso fazer mais! Quanto mais infecções prosseguirem entre as mulheres, que são o pilar das famílias e das comunidades, maior será o risco de um colapso social de muitos países. A doença das mulheres, das crianças, dos homens torna-se doença de toda a sociedade”, salientou.

O cardeal recordou que atualmente cerca de 30% dos centros de tratamento de HIV/AIDS no mundo são católicos e destacou as principais ações da Igreja neste âmbito: a promoção de campanhas de sensibilização, programas de prevenção e educação sanitária, cuidado com os órfãos, distribuição de medicamentos e alimentos, assistência domiciliar, hospitais, centros, comunidades terapêuticas e de assistência ao doente, colaboração com os governos, cuidado com os carcerários, cursos de catequese, elaboração de sistemas de ajuda pela internet e instituição de grupos de apoio ao doente.

“Gostaria, na presença de tantos ministros influentes e responsáveis da saúde, de fazer um apelo à comunidade internacional, aos Estados e aos doadores: forneçamos logo, aos doentes de AIDS, um tratamento gratuito e eficaz! Que seja concentido o acesso universal à saúde! Façamos a partir das mães e das crianças”, enfatizou.

Em nome do Papa Bento XVI, Dom Bertone pediu pelos tantos sofredores e doentes que não têm voz pedindo mais empenho para responder às necessidades.

O secretário de Estado salientou que estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que o acesso universal ao tratamento é possível de ser alcançado, cientificamente e economicamente.

“Não é uma utopia: é possível Na África como na Europa, temos o dever de chegar a todas as mulheres grávidas soropositivas, administrar a terapia anti-retroviral, que possa dar à luz uma criança livre de AIDS e fazê-la crescer com acompanhamento materno”, reforçou.

Por fim, Dom Bertone afirmou que não é possível conceber um acesso ao tratamento para todos sem considerar a fraqueza - inclusive econômica - da maioria dos povos africanos e mulheres. Há necessidade de acesso gratuito aos cuidados.


Fonte: Canção Nova
Romanos rezam por seu bispo na Praça São Pedro


A Praça de São Pedro recebe sexta-feira, 22, uma vigília de orações pelo Papa Bento XVI e seu pontificado. A celebração é organizada pelo Movimento do Amor Familiar.

“Unamo-nos todos ao redor do Santo Padre, sua figura e seu papel como líder da Igreja Universal e pastor amoroso do povo de Deus. Para que as provas e os sofrimentos dirigidos contra o Papa, o Vaticano e a Igreja encontrem todos unidos na fé e no amor a Bento XVI, a quem o Senhor elegeu para nosso tempo” – cita a nota publicada pelo movimento.

A Vigília será presidida pelo Vigário-Geral da Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, e se realizará de 21h às 22h (horário local).

Uma semana mais tarde, sexta-feira, 29, será a vez dos espanhóis rezarem pelo Papa. Em Barcelona, a Associação São José da Juventude está convocando os fiéis para uma hora santa de oração no Templo do Sagrado Coração de Jesus de Tibidabo, a partir das 23h (horário local).

A associação também está fazendo uma campanha para arrecadar fundos a fim de conseguir manter iluminada a fachada do templo por toda a noite.


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por Rádio Vaticano
ExpoCatólica aguarda 35 mil em São Paulo


A 9ª edição da ExpoCatólica será realizada de 05 a 08 de julho, no Pavilhão Azul do ExpoCenter Norte, em São Paulo. Entre os expositores, estarão presentes editoras, fabricantes de artigos religiosos, gravadoras, escolas, empresas de turismo religioso e os principais santuários do país.

A ExpoCatólica é uma Feira Internacional de Produtos e Serviços para Igrejas. Criada em 2003, a ExpoCatólica nasceu com o objetivo de promover o segmento religioso católico no país e abreviar o caminho entre fornecedores, fabricantes e consumidores do segmento católico.

A Feira é uma grande oportunidade de reunir e aproximar as principais empresas do ramo ao consumidor final. A cada edição, o evento recebe cerca de 35.000 visitantes.

Como em todos os anos, além da programação de shows com os principais cantores católicos, os visitantes poderão participar de missas e celebrações, entre outras apresentações artísticas que acontecem nos estandes.

De quinta a sábado, a feira será aberta das 11 às 21h e no domingo, tem início às 11 h, encerrando às 18h. Os dois primeiros dias da feira são destinados aos profissionais do setor, sábado e domingo o acesso é liberado por meio da doação de 1 kg de alimento ou R$ 5,00.

O evento conta com o apoio da Arquidiocese de São Paulo, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), da Associação Nacional de Educação Católica, da Pastoral de Turismo e também das mais importantes empresas do setor.

Em 2013, a ExpoCatólica completa 10 anos e será evento oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro. Sob o lema: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19), a JMJ brasileira será a 28ª edição do evento.


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por Rádio Vaticano

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Bento XVI pede fim da violência na Síria

Rádio Vaticano

O Papa Bento XVI fez nesta quinta-feira, 21, mais um apelo em favor da Síria. A ocasião foi a audiência com os membros da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO).

“Não se deve poupar nenhum esforço para tirar a Síria da atual situação de violência e de crise, que dura há muito tempo e corre o risco de se tornar um conflito generalizado que teria consequências fortemente negativas para o país e para toda a região”, disse o Pontífice, lançando mais um apelo para que seja garantida a assistência humanitária à população.

“Esta reunião da ROACO, afirmou, é também uma ocasião para reafirmar a minha solidariedade para os nossos irmãos e irmãs que sofrem na Síria, em especial as crianças inocentes e os mais indefesos”, afirmou o Papa, que pediu o fim imediato do derramamento de sangue e da violência.

Recordando a inauguração do Ano da Fé, em outubro próximo, Bento XVI disse que este evento oferecerá fecundas orientações para a Igreja no Oriente, para que seja sempre sinal eloquente da caridade que brota do coração de Cristo.

Sobre os problemas que afligem a região, o Papa citou em especial a falta de liberdade religiosa pessoal e comunitária. “Este direito deve ser garantido na sua profissão pública e não somente em termo culturais, mas também pastorais, educativos, assistenciais e sociais – todos aspectos indispensáveis ao seu exercício efetivo.”

Bento XVI concluiu seu discurso falando do Líbano, seu próximo destino internacional, em setembro próximo.

“Que a Mãe de Deus proteja minha próxima viagem, que – se Deus quiser – realizarei ao Líbano para por o selo sobre a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos. Desejo desde já antecipar à Igreja e à Nação libanesa o meu abraço de pai e de irmão.”

terça-feira, 19 de junho de 2012

Comunidade Crux Sacra realiza encontro Renacer


Nos dias 16 e 17 de junho, a Comunidade Crux Sacra realizou, na cidade de Nazaré da Mata-PE, o encontro Renascer, que é a primeira etapa do caminho vocacional da Comunidade.

Momentos de oração, louvor, adoração, grupos de partilha, palestras formativas, testemunhos, dinâmicas de oração e de cura interior integraram a programação do retiro, que reuniu cerca de trinta jovens (homens e mulheres) de várias cidades da Diocese de Nazaré, Zona da Mata Norte de Pernambuco. O fundador da Crux Sacra, Lonaldo Cordeiro, também marcou presença e acompanhou todos os momentos.

Segundo o coordenador do Departamento Vocacional da Crux Sacra, Fabio Dias, a base do Renascer é o encontro pessoal com Cristo, como condição indispensável para se tomar uma nova decisão de vida. Ele fala com satisfação dos resultados do encontro: “Tudo foi maravilhoso: a participação das pessoas, os momentos vivenciados. Todos os objetivos foram alcançados”, disse Fábio, que ainda manifestou sua gratidão a todos que cooperaram para a realização do mesmo.

Após o encontro, foi lançado um convite para os que desejassem permanecer trilhando esse caminho de discernimento vocacional como “Perseverantes Crux Sacra”. Além de se engajar nas missões de nossa Comunidade, os interessados continuarão recebendo formações e participando de encontros de espiritualidade até o período em que passarão por mais duas etapas vocacionais, com a finalidade de entender mais profundamente o carisma Crux Sacra (o de “Anunciar o Amor libertador de Jesus Cristo crucificado”) e, diante das confirmações do chamado, ingressar no pré-discipulado. Para mais informações: comcruxsacra_vocacional@hotmail.com
Jovem italiana é proclamada beata


A jovem italiana Cecília Eusepi, que faleceu quanto tinha apenas 18 anos, foi proclamada beata na tarde do último domingo, 17, na cidade de Nepi, pertencente à diocese italiana de Civita Castellana.

Na oração mariana do Ângelus, recitada ontem, o Papa Bento XVI fez referência à jovem religiosa. " Esta jovem que aspirava tornar-se religiosa missionária foi forçada a abandonar o convento por causa de uma doença, que ela soube viver com uma fé inabalável, demonstrando grande capacidade de sofrimento para a salvação das almas nos últimos dias de sua existência, em profunda união com Cristo crucificados", disse o Santo Padre.

Vida e morte

Nascida em Monte Romano, na Itália, 17 de fevereiro de 1910, a Cecília Eusepi ingressou na vida religiosa muito cedo, com apenas cinco anos de idade.

Em 1915, para que tivesse uma boa educação, sua mãe a deixou sob os cuidados de freiras de um mosteiro cisterciense da cidade de Nepi.

Foi lá que em 1922, matriculou-se na Ação Católica e ingressou na Ordem Terceira dos Servos de Maria (agora chamada de Ordem Secular dos Servos de Maria). Ainda no mesmo ano, recebeu o escapulário na igreja de São Ptolomeu com o intuito de servir como freira, quando, então, assumiu o nome religioso de Irmã Maria Angela.

Em 1923, já em Pistoia, entrou como "probanda" entre as Irmãs Servas de Maria Mantellate. Lá ficou durante três anos, até ser acometida por uma grave doença que lhe prejudicou os pulmões. Em outubro de 1926 voltou para a sua casa em Nepi, falecendo no dia 1º de outubro de 1928.

Virtudes heroicas e milagre reconhecido
As virtude heroicas de Cecília Eusepi foram reconhecidas no dia 1º de junho de 1987.

O passo para que a jovem religiosa se tornasse beata foi dado por uma junta médica em 2009, quando aprovou por unanimidade que a cura de Thoma Ricci, ocorrida em 1959, só poderia ter acontecido através de um milagre. Um milagre possível, graças a interven?ão de Cecília Eusepi.


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por GaudiumPress
Papa vai ao encontro dos desabrigados pelos terremotos na Itália


Na próxima terça-feira, 26, Bento XVI fará uma visita às áreas atingidas pelos recentes terremotos na região italiana da Emília Romanha, no norte do País.

De acordo com informações da Prefeitura da Casa Pontifícia, o Santo Padre partirá de helicóptero do Vaticano às 9h. A previsão é que aterrisse por volta das 10h15 no campo de San Marino di Carpi, em Modena, onde o Papa será recebido pelo chefe da Defesa Civil, Franco Gabrielli.

A bordo de um ônibus da Defesa Civil, Bento XVI irá em direção a Rovereto di Novi e passará pela "Zona Vermelha", onde está a Igreja de Santa Catarina de Alexandria. Às 10h50, está previsto um discurso do Santo Padre. Uma hora depois, o Papa inicia a viagem de retorno com chegada ao Vaticano prevista para as 13h.

Fonte: Comunidade Católica Shalom
CNBB divulga mensagem sobre a Rio+20


Da Redação, com CNBB


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 19, uma mensagem sobre a Conferência Rio+20, que está sendo realizada no Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho. No texto, a CNBB destaca que espera que, da Rio+20, surja o compromisso de construção de um modelo de desenvolvimento alternativo, baseado em uma ética que se preocupe com a responsabilidade em relação ao meio ambiente.

Segundo a CNBB, todos devem assumir, com coragem e determinação, o compromisso de rever caminhos e decisões que, ao longo da história, só têm excluído e condenado os pobres à miséria e à morte.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, contribui para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.

O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. Leia abaixo a íntegra da mensagem: .


Mensagem da CNBB sobre a Conferência Rio +20


“O Senhor Deus tomou o Homem e o colocou no jardim de Éden, para o cultivar e guardar” (Gn 2,15). A Conferência das Nações Unidas Rio +20, sobre o desenvolvimento sustentável, acolhida pelo Brasil neste mês de junho, carrega consigo a irrenunciável responsabilidade de responder aos anseios e expectativas mundiais em relação à defesa e promoção de toda forma de vida, especialmente a humana, desde sua concepção até seu término natural.

A crise econômica, financeira e social por que passam as grandes potências da economia mundial, com graves consequências para as nações emergentes, emoldura a Rio +20. Considerada, por causa de sua profundidade e alcance, como uma crise de civilização, esta crise “interpela todos, pessoas e povos, a um profundo discernimento dos princípios e dos valores culturais e morais que estão na base da convivência social”. Entre suas múltiplas causas está “um liberalismo econômico sem regras e incontrolado” (Nota do Pontifício Conselho Justiça e Paz sobre o sistema financeiro).

É urgente repensar nossa relação com a natureza, que “nos precede, tendo-nos sido dada por Deus como ambiente de vida” e está à nossa disposição “não como um lixo espalhado ao acaso, mas como um dom do Criador” (Bento XVI – Caritas in Veritate, n. 48). Se, por um lado, como nos recorda o Papa Bento XVI, é “lícito ao homem exercer um governo responsável sobre a natureza para guardá-la, fazê-la frutificar e cultivá-la, inclusive com formas novas e tecnologias avançadas, para que possa acolher e alimentar condignamente a população que a habita”, por outro, é preciso que “a comunidade internacional e os diversos governos saibam contrastar, de maneira eficaz, as modalidades de utilização do ambiente que sejam danosas para o mesmo” (Bento XVI – Caritas in Veritate, n. 50).

Os bispos da América Latina e Caribe, reunidos em Aparecida em 2007, já denunciavam: “com muita frequência se subordina a preservação da natureza ao desenvolvimento econômico, com danos à biodiversidade, com o esgotamento das reservas de água e de outros recursos naturais, com a contaminação do ar e a mudança climática” (V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe – Documento de Aparecida n. 66).

O cuidado com a natureza e com a vida, que nela brota e dela depende, passa pelo reconhecimento de que é dever de todos, especialmente dos dirigentes das nações, garantir a estas e às futuras gerações a casa comum – o Planeta Terra – livre de toda destruição. Essa meta só se alcançará com a subordinação do desenvolvimento econômico à justiça social, no respeito à pessoa, à natureza e aos povos. Para tanto, é necessário que todos, especialmente os dirigentes mundiais, assumam com coragem e determinação, o compromisso de rever caminhos e decisões que, ao longo da história, só têm excluído e condenado os pobres à miséria e à morte. Para a erradicação da fome e da miséria, "não se trata de diminuir o número dos convidados para o banquete da vida, mas de aumentar a comida na mesa”, como já nos alertou o Papa Paulo VI (cf. Homilia de João Paulo II em Puebla, 1979).

A Cúpula dos Povos, organizada pela sociedade civil e realizada concomitantemente à Rio +20, tem a importante tarefa de reafirmar a responsabilidade dos dirigentes das nações pelas graves consequências de uma opção equivocada, ao subjugar o desenvolvimento econômico ao domínio do mercado e do lucro, desconsiderando tanto a natureza quanto a vida e a cultura dos povos.

A Igreja no Brasil, especialmente através da Campanha da Fraternidade, tem chamado constantemente a atenção para a destruição da natureza provocada por um desenvolvimento econômico predatório, alimentado por um sistema produtivo e um estilo de vida consumista, muitas vezes, também predatórios. As consequências são, dentre outras, o desmatamento, a contaminação e escassez da água e as mudanças climáticas. Os que mais sofrem os impactos de tudo isso são os pobres e excluídos.

É imperioso que nos eduquemos para relações novas e éticas com o meio ambiente. Esta é uma meta imprescindível da Rio +20, que não deve desviar-se de sua real e concreta finalidade.

A Rio +20 indica uma resposta a essas questões com a chamada Economia verde. Se esta, em alguma medida, significa a privatização e a mercantilização dos bens naturais, como a água, os solos, o ar, as energias e a biodiversidade, então ela é eticamente inaceitável. Não podemos nos contentar com uma roupagem nova para proteger o insaciável mercado, que só tem olhos para o lucro, configurando-se como “lobo em pele de cordeiro” ao manter inalteradas as causas estruturais da crise ambiental.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB espera que, da Rio +20, brote o compromisso de construção de um “modelo de desenvolvimento alternativo, integral e solidário, baseado em uma ética que inclua a responsabilidade por uma autêntica ecologia natural e humana, que se fundamenta no evangelho da justiça, da solidariedade e do destino universal dos bens e que supere a lógica utilitarista e individualista, que não submete os poderes econômicos e tecnológicos a critérios éticos” (V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe – Documento de Aparecida n. 474c).

Esse compromisso deve ser assumido por todos. Os cristãos, de modo especial, movidos pela solidariedade, que gera fraternidade e comunhão, são convocados a trabalhar pela preservação do meio ambiente e a colaborar na construção de uma sociedade justa, ecologicamente sustentável.

Que Deus, o Criador de todas as coisas, se digne abençoar seus filhos e filhas nesta nobre missão de “cultivar e guardar” a terra, lugar de vida para todos (cf. Gn 2,15).

Brasília, 19 de junho de 2012

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB


China: Foto de mãe com bebê abortado à força choca o mundo pela crueldade


Milhões de pessoas no mundo inteiro protestaram através das redes sociais pela política abusiva do filho único na China, após a circulação da imagem de uma mãe inconsciente junto ao cadáver do seu bebê abortado à força no sétimo mês de gravidez.

As autoridades da China investigam o caso ocorrido na província do Shaanxi, no norte da China, onde a polícia levou a força à cidadã Feng Jianmei para obrigá-la a abortar o seu segundo bebê porque não pôde pagar a tempo os 40.000 yuanes (6.200 dólares) com os que o governo sanciona a quem ousa ter mais de um filho.

O marido de Feng publicou numa rede social popular da China uma foto do seu filho morto pelo efeito de uma injeção letal que aplicaram diretamente na cabeça do bebê, enquanto a mãe permanecia atada à força a uma cama.

Mais de meio milhão de chineses comentaram o caso deplorando a atitude das autoridades. O caso se estendeu ao Facebook e Twitter e foi reproduzido por meios de comunicação em todo o mundo.

A China instaurou a finais dos anos 70 uma drástica política de controle da natalidade que inclui abortos e esterilizações a força. Os que violam a lei e conseguem ter mais de um filho sofrem consequências trabalhistas e sociais.

Sobre este tema, Carlos Polo, diretor para a América Latina do Population Research Institute, considerou que fazer visíveis estes abusos "é o primeiro passo para a sua erradicação".

"Desde a primeira visita do nosso Presidente Steve Mosher a China em 1979, o PRI enviou várias equipes de investigação sobre a aplicação da política do filho único. No ano 2009, PRI enviou uma equipe de investigação de campo a seis condados onde o Fundo de População da ONU ajudava a China a aplicar esta política. A evidência de multas impagáveis como neste caso, represálias contra familiares, perseguições, abortos tardios forçados de nascituros meses antes de nascer, etc. se entregaram a funcionários em Washington e outras capitais com a recomendação de deter o financiamento dessa organização de controle populacional. Nosso trabalho permitiu que recortassem centenas de milhões de dólares que infelizmente o governo de Obama voltou a financiar".


Em respeito à criança optamos por não divulgar a imagem.

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por
ACI Digital
Instrumento de trabalho para o Sínodo dos Bispos é apresentado


Rádio Vaticano

Foi apresentado na manhã desta terça-feira, 19, na Sala de Imprensa da Santa Sé o chamado “Instrumentum Laboris”, Instrumento de Trabalho da 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontecerá no Vaticano de 7 a 28 de outubro próximo sobre o tema “A nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã”.

A coletiva de imprensa foi conduzida por D. Nicola Eterovic, Secretário Geral do Sínodo e por D. Fortunato Frezza, sub-secretário. Eles apresentaram o conteúdo deste Instrumento de Trabalho que é praticamente a ordem do dia do Sínodo.

O documento articula-se em duas partes: uma introdução em que é explicada as razões da escolha do tema deste Sínodo, e uma segunda parte em que se ilustra o esquema do Instrumento de Trabalho, parte esta composta por quatro capítulos.

Dom Nicola Eterovic explicou que na base da escolha deste tema está a urgente tarefa de transmitir às novas gerações o Evangelho de Cristo, sem interrupção do processo de transmissão da fé, e isto o no âmbito da nova evangelização. Com efeito a reflexão sinodal será enriquecida pela ligação deste tema com o Ano da fé, desejado pelo Papa Bento XVI e que terá início a 11 de outubro, durante o Sínodo. Isto em comemoração do 50º aniversário do início do Concilio Vaticano II e do 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica."

O Secretário Geral do Sínodo explicou depois que o Instrumentum Laboris resulta das respostas das 114 Conferências Episcopais do mundo inteiro, dos 13 sínodos dos Bispos das Igrejas Orientais e dos 26 Dicastérios da Cúria Romana ao chamado Lineamenta que lhe tinha sido enviado em fevereiro de 2011.

De forma geral a expectativa em relação a este Sínodo expressa nessas respostas é que infunda uma nova energia nas comunidades cristãs e dê respostas concretas aos quesitos sobre a evangelização no mundo atual, pois se sente a necessidade de novos instrumentos e novas expressões para tornar compreensível a palavra de Deus nos ambientes da vida do homem contemporâneo.

Os quatro capítulos do Instrumento de trabalho são dedicados respectivamente a: Jesus Cristo, Evangelho de Deus para o homem; Tempo de nova evangelização; transmissão da fé; e reavivar a ação pastoral.

No primeiro capítulo “Jesus Cristo, Evangelho de Deus para o homem” põe-se em relevo o núcleo central da fé cristã, que muitos ignoram no mundo de hoje. Procura-se, por isso, propor o Evangelho de Cristo como Boa Nova também para o homem contemporâneo. Aqui sublinha-se mais uma vez a vocação fundamental da Igreja de anunciar o Evangelho.

Já o segundo capítulo é dedicado essencialmente aos desafios atuais da evangelização e à descrição da nova evangelização.

Passa-se depois, no terceiro capítulo, à finalidade da nova evangelização e à transmissão da fé. A Igreja transmite a fé que ela própria vive. Todos os cristãos são chamados a dar o seu contributo. Por fim, o quarto capítulo, intitulado “Reavivar a ação pastoral” sublinha que a transmissão da fé no contexto da nova evangelização repropõe os instrumentos amadurecidos ao longo da Tradição da Igreja e, de modo particular, o primeiro anuncio, a iniciação cristã e a educação, procurando adaptá-los às actuais condições culturais e sociais.


Fonte: Canção Nova

Cresce o número de sacerdotes no mundo

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Em dez anos, de 2000 a 2010, o número dos sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo aumentou: passou de 405 mil para 413 mil, informou monsenhor Vittorio Formenti, diretor do Setor Estatístico do Vaticano, neste fim de semana (1
6 e 17), durante o encontro italiano do Serra Internacional (associação de leigos que apoia as vocações sacerdotais), na cidade de Bari, no sudeste da Itália.
Além deles, em toda a Igreja há mais de 35 mil diáconos permanentes, em sua grande maioria nos EUA, Canadá e América Latina. Com relação ao número dos sacerdotes que deixaram o ministério, este diminuiu para menos de 1000, enquanto 460 foram os sacerdotes que no ano passado pediram para serem reintegrados ao ministério. Mons. Formenti sublinhou que estes números deixam claro um lento, mas constante crescimento.
Fonte: www.cnbb.org.br

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Festas juninas relembram vidas dos santos



Nicole Melhado
Da Redação

Músicas, quadrilhas, bandeirinhas, balões, fogueira e muita comida boa! Em todo Brasil, a Festa Junina se tornou uma das maiores e mais tradicionais festas populares. 

Nos festejos são homenageados quatro santos: Santo Antônio (no dia 13), São João (no dia 24), São Pedro e São Paulo (no dia 29). 

“Os santos que são lembrados nas festas juninas são homens de Deus que pautaram suas vidas no ensinamento da Igreja como membros vivos dela e pautaram suas vidas no Evangelho colando essa vida numa consagração a serviço de Jesus e do Reino de Deus”, salienta o Arcebispo de Aracaju (SE), Dom José Palmeira Lessa. 



A tradição dessas festividades foi trazida pelos portugueses. As festas juninas são celebradas de maneiras diversas especialmente no norte da Europa — Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia —, mas são encontrados também na Irlanda, na Galiza, partes do Reino Unido, França, Itália, Malta, Espanha, Ucrânia, outras partes da Europa e em outros países como Canadá, Estados Unidos, Porto Rico e Austrália.

No nordeste brasileiro, as grandes festas reúnem toda a comunidade e muitos turistas com fartura de comida, quadrilhas e muito forró. Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) todos os anos disputam para ver quem tem a maior festa de São João do mundo.

No interior de São Paulo, ainda se mantém a tradição da realização de quermesses e danças de quadrilha em torno de fogueiras.

“Todas essas tradições bonitas estão ligadas ao espírito cristão, mas o mundo moderno caminha tentando de alguma maneira que a festa seja desvinculada do aspecto cristão”, ressalva Dom Lessa.

Para o Arcebispo de Aracaju, é importante que os cristãos se alegrem, dancem e façam festa, alimentando cada vez mais a fé no que está subjacente a toda essa alegria, sem cair num mundanismo, num tipo de festa pagã onde Deus não tem seu lugar e sem perder o sentido da vida dos santos.

“Que Deus renove em todos nós a lembrança da Palavra de Deus, a lembrança da vida de cada santo, para que possamos festejar como cristãos: dançando, brincando, se alegrando, soltando foguete, comendo comidas típicas, agradecendo e dando glória a Deus e, ao mesmo tempo, celebrando aquela cultura que eleva o coração do homem, que dá a verdadeira alegria ao homem, não deixando a marca do pecado”, conclui.

Fonte: www.cancaonova.com


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Eutanásia: qual é a hora certa de morrer?

Jéssica Marçal
Da Redação

Nesta última reportagem especial sobre assuntos relacionados à bioética, o tema em questão é a eutanásia. Se por um lado defende-se essa prática por ela abreviar o sofrimento de um doente em estado terminal, por outro os contrários a ela argumentam que, com doença ou não, trata-se de uma vida que não pode ser tirada.

As primeiras discussões sobre eutanásia surgiram com os ingleses por volta de 1900. O atual capelão do Hospital das Clínicas em São Paulo, padre Anísio Baldessin, explicou que, nesta época, avaliava-se mais a questão do custo-benefício em manter um doente. Já na sociedade atual, a prática assume outra conotação.

“A conotação que a eutanásia assume hoje é de solucionar um problema, porém seria solucionar o problema de quem: da pessoa ou da sociedade?”, disse. O padre comentou ainda a diferença entre eutanásia, distanásia, ortotanásia e suicídio assistido, além de deixar um conselho para as famílias de doentes em estado terminal. Veja abaixo a íntegra da entrevista:

noticias.cancaonova.com - Desde quando existe a polêmica em torno da eutanásia e como ela foi sendo compreendida ao longo do tempo?

Pe. Anísio Baldessim – A eutanásia começa a ser discutida pelos ingleses por volta de 1900, em que se tinha a questão da Teoria da Evolução, de Darwin. Ele acreditava que abreviar a vida das pessoas que eram consideradas inúteis, ou seja, que não tinham uma perspectiva de colaboração para a sociedade, era benéfico para a sociedade. Alguns apoiavam, outros se questionavam se quem era inútil era a pessoa ou a sociedade. Então podemos dizer que, no começo, foi mais relacionado à questão de custo-benefício; era visto como se isso fosse proporcionar um bem para a sociedade, uma vez que não traria custos, ou seja, se a pessoa não pode produzir como é que a sociedade vai ter que arcar com os custos que essa pessoa produz? Hoje, para nós, isso veio à tona, em se tratando de hospitais e de questões de doenças, com o advento das Unidades de Tratamentos Intensivos (UTIs), a partir da década de 1950, em que a tecnologia começou a prolongar a vida. A conotação que a eutanásia assume hoje é de solucionar um problema, porém seria solucionar o problema de quem: da pessoa ou da sociedade? É o que se discute hoje.

noticias.cancaonova.com - Os pesquisadores utilizam também os termos distanásia e ortotanásia para determinar o fim da vida no caso de doentes terminais. Alguma dessas práticas é considerada correta sob o ponto de vista da bioética?

Pe. Anísio – Distanásia é o contrário da eutanásia. Eutanásia é tomar uma atitude que venha abreviar o sofrimento da pessoa. A distanásia é o prolongamento, seriam as chamadas “terapias inúteis”, que não vão proporcionar bem estar algum às pessoas e isso também é questionável. Aliás, hoje o que se discute muito é o que se pratica nos hospitais: a eutanásia ou a distanásia? Com o advento da tecnologia, o que se prolonga hoje é o sofrimento, e isso é decorrente do novo processo do morrer. Então hoje o que a gente percebe na nossa realidade é mais a distanásia do que propriamente a eutanásia. Falando num contexto bioético, o que seria correto é a ortotanásia, ou seja, a morte no momento certo. É preciso distinguir sim entre eutanásia e distanásia. Distanásia seria prolongar a vida de maneira indeterminada com sofrimentos e a ortotanásia seria não prolongar e nem abreviar, mas saber a hora certa. O grande desafio, e isso é o que os bioeticistas discutem, é qual é o momento certo de parar, existe esse momento? Na visão bioética, o correto seria nem a eutanásia nem a distanásia, mas sim a ortotanásia, a morte tranquila, sem sofrimento, sem abreviar e também sem prolongar deliberadamente.

noticias.cancaonova.com - Qual a diferença entre eutanásia e suicídio assistido? As pessoas confundem esses dois termos?

Pe. Anísio – Existe muita confusão. A eutanásia, na verdade, seria uma atitude direta, ou seja, dar um medicamente para que a pessoa morra mais rápido. É como o que o Dr. Morte fazia, ele fazia um procedimento que iria levar a pessoa à morte num período curto de tempo. O suicídio assistido seria o paciente desejar morrer e tomar algumas atitudes, como não comer, não beber, não tomar os remédios. A pessoa que cuida estaria vendo essa atitude, porém não tomaria nenhuma decisão, ficaria omisso diante de uma atitude que o próprio paciente está fazendo. Isso é considerado ético? Você não está provocando diretamente, você está assistindo o processo do morrer, é uma questão bastante complexa, porque quando a pessoa não quer viver, muitas vezes ela praticamente se entrega, talvez não tomando uma atitude direta, mas interiormente vai se desligando e se deprimindo e com isso acaba morrendo. Eu não sei se, concretamente, a pessoa que a assiste tem alguma coisa a fazer nesse sentido. Então eu acho que não dá pra saber se realmente é uma atitude ética aí nessa questão.

noticias.cancaonova.com - A explicação para a eutanásia acaba sendo o fim do sofrimento do paciente. Dessa forma, a morte acaba sendo encarada como uma solução. Esse entendimento que se tem da morte condiz com o significado cristão da morte?

Pe. Anísio – Para muitos realmente é a explicação. Agora se nós partirmos do princípio cristão, a morte pode ser uma solução de um problema, pode solucionar o problema do sofrimento. Esse entendimento está certo? Se nós recordarmos o próprio Papa João Paulo II, ele pediu para não ser levado para o hospital nos últimos momentos, porque ele queria morrer em casa. Aí nós podemos entender isso como uma eutanásia, uma abreviação da vida? Do ponto de vista cristão, e nisso a Igreja é até um pouco avançada, ela diz que, mesmo que a pessoa tenha todos os recursos, quando os recursos que serão usados trarão mais sofrimentos do que benefícios, você deveria deixar a pessoa, ou seja, quando os recursos tecnológicos trouxerem mais malefícios, mais sofrimento do que benefício, então isso seria correto.

noticias.cancaonova.com - A ética utiliza um termo técnico que é o chamado princípio do “duplo efeito”, em que a pessoa, movida por uma única intenção, pode ter um efeito desejado e um para-efeito indesejado. É o caso, por exemplo, em que se ministra uma alta dose de medicamento visando sanar o sofrimento do paciente, mas isso pode acabar causando a morte da pessoa. Isso é aceito pela Igreja? Como distinguir esse princípio do duplo efeito da eutanásia?

Pe. Anísio – Essa é uma questão muito complicada, porque a primeira intenção daquele que coloca em prática o princípio do duplo efeito é não provocar a morte, mas sim proporcionar um bem estar para aquele que sofre. Porém o primeiro efeito é inseparável do segundo. Ou seja, vai-se aplicar um medicamento para aliviar a dor e sofrimento, mas ao mesmo tempo ele pode antecipar um pouco a morte, porém, na visão cristã, com essa atitude não se está querendo abreviar a vida. Este é o princípio que está sendo levado adiante: não fazer o mal. Mas ao tentar fazer o bem, você pode causar um certo mal, mas nesse caso seria o que a gente chama de um cuidado paliativo, a pessoa não vai agir diretamente, mas sim de acordo com aquilo que é possível. Mas é uma questão muito complicada, porque você pode mascarar uma realidade.

noticias.cancaonova.com - O senhor, como atual capelão do Hospital das Clínicas de São Paulo, lida diretamente com doentes e também com suas famílias. Que conselho o senhor daria para que pessoas que enfrentam enfermidades possam lidar melhor com a situação, em especial no caso de doenças terminais?

Pe. Anísio – Isto é uma coisa importante. Nesse ano em que a Campanha da Fraternidade fala sobre saúde, tem uma parte em que ela fala “aprender o bem morrer”. O que nós precisamos entender é que a morte faz parte da vida. O meu pai, por exemplo, morreu fora do hospital, longe das tecnologias e eu achei isso muito bom, porque na verdade o que se prolonga não é a vida, mas sim o sofrimento da pessoa. Sempre que eu tenho a oportunidade de conversar com as famílias, eu digo que a melhor coisa é fazer com que a pessoa possa morrer perto daqueles que são importantes para ela. É claro que há esperança, mas em meio à esperança há sofrimento, eu sempre enfatizo muito isso para as famílias. Eu acho que nós precisamos entender que o morrer faz parte do processo natural da vida e nós temos que dar o direito para que a pessoa possa morrer, mesmo quando se trata daquele que amamos, deixar as pessoas dizerem adeus. Muitas pessoas me perguntam: “padre, mas será que é a hora do meu pai morrer, da minha mãe morrer?”. Para nós que amamos as pessoas nunca é hora. Nós precisamos aprender a arte do “bem morrer”. Nós fomos preparados e esperados para nascer e eu acho que nós precisamos aprender também a arte de “bem morrer”.

Fonte: Canção Nova