Tarde de Formação com Frei Leandro na 

Comunidade Crux Sacra 

No dia 25 de outubro, missionários do elo de vida da Comunidade Crux Sacra (Missão Carpina) participaram de uma tarde de formação com o Frei Leandro, da ordem Carmelita. O encontro aconteceu no Centro Pastoral da Diocese de Nazaré, na cidade de Carpina-PE. 

Natural de Palmares, Leandro Alencar – frade de profissão simples já há oito anos e, atualmente, formador dos postulantes – iniciou falando um pouco de sua caminhada vocacional que começou aos seus 14 anos. Posteriormente, ele explicou um pouco da história e espiritualidade dos carmelitas que, marcados pelo silêncio e um profundo contato com a Palavra, têm por carisma a oração, a fraternidade e a missão. 

Dando continuidade às reflexões em torno do documento 94 da CNBB (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil), Frei Leandro introduziu esse momento ressaltando a urgência por uma Igreja em Estado Permanente de Missão. E, apropriando-se das palavras de São Paulo, disse: “ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (I Cor 9, 16). 

Segundo o Frei, nós transmitimos a mensagem de uma pessoa: Jesus Cristo – que está vivo em nosso meio. Dessa forma, em sua opinião, a melhor evangelização seria o testemunho. “Nós mesmos somos esse testemunho. Nossa comunidade precisa ser ela mesma, esse anúncio. Devemos anunciar aquele que vimos, encontramos e experimentamos”, declarou. 

Na sequência, fundamentado no objetivo geral do documento (“evangelizar a partir de Jesus Cristo”), ele destacou a importância de se conhecer bem o lugar a ser evangelizado, suas características, a fim de perceber as suas urgências e, só assim, pensar em perspectivas de ação. É a chamada inculturação: conhecer e aproveitar-se de elementos próprios da realidade do outro para (re)catequisá-los. Missão essa que ele afirmou ser, também, das Novas Comunidades; sobretudo pela vitalidade, oração de qualidade, experiência comunitária e compromisso apostólico que as caracterizam. 

Algumas circunstâncias, cita, representam um desafio para a Igreja no tocante à Sua missão evangelizadora. A saber: as marcas próprias do nosso tempo (caracterizadas pela diversidade), o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, o escândalo da divisão entre os cristãos e muitos outros. 

Diante dessas realidades, Frei Leandro – com base nas diretrizes propostas pelo documento – apontou alguns caminhos importantes a serem trilhados, para uma maior eficácia dos esforços empreendidos em favor do anúncio do Reino de Deus: educação religiosa em escolas e universidades, estimular manifestações artísticas, saber utilizar os novos meios de evangelização, leitura orante da Bíblia e formação continuada de ministros da Palavra. 

Nessa dimensão, o Frei falou, ainda, que a formação de leigos e leigas deve ser uma prioridade da Igreja particular, tendo em vista o protagonismo que eles têm assumido numa evangelização cada vez mais descentralizada.