Vocação:
escolha de Deus, resposta do homem!
Muito além do que uma simples tarefa ou função a ser exercida, vocação corresponde a algo mais profundo, inerente a essência do próprio ser humano. Refere-se à razão espiritual de sua existência como pessoa, e responde aos inquietos questionamentos do “viver” e “estar aqui”. Noutras palavras, pode-se dizer que a vocação religiosa ressignifica a existência humana, conferindo-lhe o real sentido (espiritual) do seu viver.
Assim, contrapondo-se à noção de profissão, uma vocação religiosa é, senão, um estado de vida designado por Deus para cada um de nós, como forma de nos santificarmos e melhor servirmos ao seu Reino aqui na terra. Daí o caráter singular e, ao mesmo tempo, coletivo da vocação. Singular porque traz em si - na alma do cristão – a marca indelével de um chamado específico para servir na casa do Pai (como leigo, sacerdote ou religioso(a)); coletivo porque se destina ao benefício comum do povo de Deus. Por esse motivo, assumir uma vocação religiosa é deixar de ser “eu” e se tornar “nós” junto com a igreja; é tomar posse do nome que já lhe fora dado por Deus desde a eternidade e colocar-se a disposição de seu povo, como instrumento de conversão, santificação e salvação.
Contudo, apesar de chamados por Deus, a adesão a uma vocação preserva a liberdade de resposta. Somos livres para responder afirmativa ou negativamente a escolha de Deus. Não podemos ser obrigados ou mesmo impulsionados pelos prazeres e sentidos a abraçar um determinado estilo de vida religiosa. A resposta precisa ser tão livre quanto consciente. Liberdade e responsabilidade! Preciso estar convicto do passo a ser dado; e ter, para isso, os sinais e confirmações da parte de Deus. Jamais uma escolha aleatória!
A nossa plena felicidade e realização se dá quando nos encontramos no centro da vontade de Deus. Nossa satisfação deve consistir em ser aquilo que Deus quer e sempre sonhou a nosso respeito. Posto que a verdadeira vocação acontece quando se tem um encontro consigo mesmo na vontade de Deus.
Abramo-nos ao chamado do Senhor. Todos somos vocacionados. Assumamos, pois, a nossa missão!
- Por Dênes Souza-
(Missionário da Crux Sacra)
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