quinta-feira, 5 de abril de 2012

Coleta de Quinta-Feira Santa será doada
a refugiados pela guerra na Síria

Os donativos que serão arrecadados durante a Missa da Quinta-Feira Santa que o Papa Bento XVI presidirá na Basílica de São João de Latrão de Roma serão destinados a socorrer os refugiados do conflito armado que atormenta a Síria no Oriente Médio há mais de um ano.

O Arcebispo maronita de Damasco (Síria), Dom Samir Nassar, explicou à Fides que a arrecadação "é um gesto muito generoso por parte do Santo Padre para aliviar os terríveis sofrimentos de nosso povo, que vive também as conseqüências do embargo". "Faz-nos sentir a Igreja universal próxima a seus fiéis em dificuldade", completou.

Os recursos arrecadados serão administrados pelo Pontifício Conselho Cor Unum. Na sexta-feira Santa, o Dicastério vaticano enviará o dinheiro coletado ao Cáritas Síria. O dinheiro será utilizado para ajudaras vítimas da guerra e a ajuda humanitária.

Dom Samir, assinalou ainda que este sufrágio "é um gesto de proximidade e solidariedade que tem um grande significado para nós neste tempo quaresmal e de grande sofrimento". Nós cristãos "esperamos que se escutem as mensagens enviadas pelo Papa Bento XVI para que termine o fogo e retorne a paz, o diálogo, a liberdade em Síria", indicou o Prelado.

Em março de 2011, diversos grupos revolucionários iniciaram uma revolta contra o regime de Bashar Al Assad para pedir uma reforma democrática no país dando começo a uma guerra interna. A Síria se dividiu em duas facções, a oposição contra o regime e o governo. Enquanto os dois principais atores do conflito se acusam mutuamente, a comunidade internacional trata de encontrar uma postura comum para chegar a uma solução. Segundo as Nações Unidas, até o momento o balanço de mortos já passou de nove mil.

Mais de 200 mil refugiados sírios fugiram parao Líbano para escapar do conflito. Em declarações à Fides, o presidente do Cáritas Líbano, Padre Simon Faddoul, comentou que "o fluxo de refugiados não para". "A situação piora drasticamente e já estamos em plena emergência. Nossos voluntários fazem todo o possível para estar perto das pessoas que chegam exaustas e muito provadas psicologicamente".

A ajuda de Bento XVI "é uma iniciativa maravilhosa, que nos anima muito", e "agradecemos ao Santo Padre e aos seus colaboradores por esta sensibilidade. O Papa se mostra próximo a todos os que sofrem no mundo e nos acompanha neste drama do povo sírio. Esperamos e rezamos para que o sofrimento do povo sírio chegue logo ao fim", concluiu.

Cristãos na Síria denunciam ataque de bandos muçulmanos

Apesar da negação do Conselho Revolucionário de Homs e do Conselho Nacional da Síria sobre a existência de uma perseguição contra os cristãos, comunidades de diversas confissões cristãs denunciam serem alvos de ataques de bandos armados islâmicos.

Segundo informações chegadas à agência Fides, depois dos primeiros meses de combate,bandos islâmicos armados, mercenários e militantes sunitas libanesesse uniram ao exército da oposição "procurando apoderar-se (dele) ou instrumentalizar".

Informou-se também que os cristãos que não querem unir-se "à sublevação popular, são cada vez mais marginalizados e considerados inimigos darevolução”. Além disso, algumas famílias cristãs foram expulsas de Homs porserem consideradas "próximas ao regime".

Do mesmo modo, os bandos islâmicos expulsaram do bairro da Hamidiya emHoms os cristãos que se manifestaram a favor da oposição, inclusivepresentes na coordenação de grupos da oposição local.

Por outro lado, diversas casas, edifícios do distrito cristão de Homse estradas estão cheias de minas e explosivos para impedir um possívelavanço do exército sírio.

Na semana passada um representante da comunidade sírio-católica tentoureunir-se com membros do exército de liberação sírio para pedir a proteção do patrimônio histórico e cultural (edifícios históricos elugares de culto) que há séculos dão testemunho da fé cristã nacidade.

por ACI Digital

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