quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CRESCE O CATOLICISMO NA AMÉRICA


Mons. Carlos Aguiar Retes narra o caminho incipiente e confiante da Nova Evangelização no Novo Continente

Por Mons. Carlos Aguair Retes
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 9 outubro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir uma síntese da Exposição sobre o continente americano, realizada por Mons. Carlos Aguiar Retes, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM.) (México), na tarde de ontem, durante a segunda Congregação Geral da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
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A renovação pastoral na América, lançada em resposta ao Concílio Vaticano II, tornou mais dinâmica a vida interna da Igreja: aumentaram os agentes da pastoral, intensificou-se a formação na fé, cresceu a participação e a comunhão eucarística dos fieis à missa dominical; são, portanto, numerosos e vários os aspectos positivos da renovação pastoral da Igreja (cf. DA, n. 99). No entanto, este crescimento não ocorreu na proporção do crescimento demográfico dos nossos povos; são vistas grandes áreas de católicos distantes e mornos na sua identidade católica, embora, certamente, crentes (cf. DA, n. 100, a).
A religiosidade continua a ser viva e é a maior reserva potencial dos nossos povos ("Uma característica distintiva da América é a existência de uma intensa piedade popular enraizada nas diferentes nações. Encontra-se em todos os níveis e em todos os setores sociais,  adquirindo especial importância como lugar de encontro com Cristo para todos aqueles que com o espírito de pobreza e humildade de coração buscam sinceramente a Deus (cf. Mt 11, 25)": EIA, n 16). Essa, se guiada pela Palavra de Deus ("Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14, 6). Com estas palavras, Jesus se apresenta como o único caminho que conduz à santidade. Mas o conhecimento concreto de tal itinerário acontece por meio da Palavra de Deus que a Igreja proclama com a sua pregação”: EIA, n. 31), prepara o coração do crente à descoberta de Cristo (cf. Instrumentum Laboris para a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, n. 21 "Anunciar a Deus significa introduzir na relação com Deus: ensinar a rezar”: NE, JR), deixando-se seduzir pelo Senhor da Vida (O encontro com o Senhor produz uma profunda transformação dos que não se fecham a Ele. O primeiro impulso decorrente de tal transformação é comunicar aos outros a riqueza descoberta na experiência deste encontro: EIA, n. 68) e concordando em participar com maior consciência da Igreja como membro de uma comunidade de discípulos missionários, que pratica uma espiritualidade cristã (o seguimento de Cristo tem um objetivo muito maior: a identificação com Ele, ou seja, a realização da união com Deus ": NE, JR), que permite a santificação dos seus membros pela comunhão com Deus Pai, no Espírito Santo (a santidade é a meta do caminho de conversão, porque ela "não é um fim em si mesma, mas um caminho para Deus, que é santo. Ser santos é imitar a Deus e glorificar o seu nome nas obras que realizamos na nossa vida (cf. Mt 5, 16)": EIA, n 30).
As pequenas comunidades conectadas umas às outras estão experimentando a vantagem da comunicação e da comunhão. A paróquia é renovada mostrando um rosto novo da Igreja que cresce e se desenvolve com força (cfr. Instrumentum Laboris para a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, n. 80-107), quando a paróquia está em estreita relação com as outras, guiadas juntamente, como diocese, pelo Bispo ("Um caminho de renovação paroquial, especialmente urgente nas paróquias das grandes cidades, pode ser encontrado talvez considerando a paróquia como comunidade de comunidades e de movimentos”. EIA, n. 41). Esta dinâmica de comunhão eclesial é mais urgente e necessária nas cidades e nas grandes áreas urbanas das metrópoles (cfr. DA, nn. 517-518).
A vida da Igreja como comunidade de comunidades, na comunhão e na unidade, permite a cada cristão descobrir que no XXI século é possível viver como discípulo de Cristo em uma comunidade de discípulos do Senhor Jesus e tomar consciência como discípulo missionário da urgente necessidade de dar um testemunho crível e de confiança da fé no mundo atual ("Anunciando a conversão, devemos oferecer também uma comunidade de vida, um espaço comum do novo estilo de vida. Não é possível evangelizar somente com palavras. O Evangelho cria a vida, cria a comunidade a caminho. Uma conversão meramente individual não tem consistência": NE, JR).
Os processos de planejamento pastorais diocesanos abrem os espaços para a formação do discípulo missionário e da missão continental. A pastoral orgânica descrita no Plano Pastoral Diocesano está concretizando o que a Novo Millennio Ineunte indica: tomar forma o que afirma o MNI: " É nas Igrejas locais que se podem estabelecer as linhas programáticas concretas — objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes, busca dos meios necessários — que permitam levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores evangélicos."(NMI, n.29).
Por isso, atrevo-me a dizer que a Nova Evangelização, que abre caminhos na América, parte do encontro com Cristo que a Igreja oferece aos fieis cristãos ("Jesus Cristo é a "boa notícia" da salvação dada a conhecer aos homens de ontem, de hoje e de sempre; mas ao mesmo tempo é também o primeiro e supremo evangelizador. A Igreja deve colocar no centro da sua atenção pastoral e da sua ação evangelizadora Cristo crucificado e ressuscitado. "Tudo o que se planeja em campo eclesial deve partir de Cristo e do seu Evangelho”: EIA, n. 67) e levar à descoberta da vida disciplinar ("O anúncio de Deus leva à comunhão com Deus na comunhão fraterna, fundada e vivificada por Cristo” NE, JR ), expressão da espiritualidade de comunhão.
Desta forma, a vida diocesana e paroquial se aproxima daquela familiar, a Igreja doméstica (Para ser verdadeiramente "Igreja doméstica", a família cristã é chamada a constituir o âmbito em que os pais transmitem a fé, devendo ser “para os próprios filhos, com a palavra e com o exemplo, os primeiros anunciadores da fé”: EIA, n. 46), apoiando-se reciprocamente e contribuindo para estabelecer as bases para enfrentar a crise educacional do nosso tempo (Lineamenta para o XIII Assembléia Geral Sínodo, n. 20).
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]

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